. No HC, pesquisas apontam ...
Mesmo sendo uma doença que apresenta um tempo de desenvolvimento grande, permitindo, assim, intervenção e tratamento de forma eficaz, o câncer no colo do útero continua causando um alto índice de mortalidade no Brasil - parte disso, por demoras na obtenção de um diagnóstico preciso. Pensando neste problema, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) vem estudando a citologia em base líquida, um método para diagnóstico desse tipo de câncer, de uso ainda recente no Brasil, e que já é aplicado em países da Europa e nos EUA.
De acordo com o pesquisador Adhemar Longatto Filho, o exame de Papanicolaou, método convencional da citologia, apresenta problemas crônicos. Para realizá-lo, é feita a coleta de material do colo do útero com uma escova; depois, esse material é repassado para uma lâmina, onde é fixado, corado, para posteriormente ser avaliado em microscópio. A realização desse processo envolve a participação de várias pessoas, desde quem colhe o material, àqueles que o leem. Qualquer falha individual nesse trajeto pode interferir no resultado obtido.
Além disso, o modo como o exame é preparado não exclui um grande número de materiais insatisfatórios, como a presença excessiva de sangue e muco, além de haver problemas com sobreposição de células e prejuízo à resolução diagnóstica. Isso muitas vezes resulta no aparecimento de diversos fatores interferentes que, eventualmente, podem comprometer a qualidade da amostra analisada.
Exatamente por esses motivos que o exame é considerado por muitos como pouco sensível, apresentando altos índices de erros, que, de acordo com Longatto, podem chegar a cerca de 30% - e isso em laboratórios de ponta. É aí que, segundo o pesquisador do HC, reside uma das maiores vantagens da citologia em base líquida. Nela, o material, após ser colhido, é armazenado em um meio líquido, que tem como característica ser um preservativo ideal, por manter as propriedades morfológicas das células, além de conservar outros elementos importantes.
Esse tubo pode ser preparado automaticamente e as lâminas poderão ser lidas por um sistema computadorizado, para depois, se necessário, serem examinadas pelo técnico. Além disso, “esse método produz fixação e coloração homogêneas, o que reduz o índice de materiais insatisfatórios”, afirma Longatto. Isso significa que, com a citologia de base líquida, o preparado apresenta grande redução, ou até mesmo eliminação, de células inflamatórias ou material indesejado. A resolução também é maior, e todo o processo de preparação é mais rápido e eficiente. Isso faz com que o índice de erro desse método seja muito menor. Então, “o fundo fica limpo, livre de artefatos que limitam a leitura de quem está no microscópio”, Leia o artigo na integra em..
Marcelo Henrique Nascimento / USP Online
marcelo.nascimento@usp.br
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